✨ O Poder da Fantasia Infantil no Desenvolvimento da Autoestima
Brincar de se fantasiar é muito mais do que um simples momento de diversão. Quando uma criança se veste como uma princesa, super-herói ou personagem favorito, ela está engajada em um processo rico de experimentação de identidade, expressão emocional e fortalecimento da autoestima.
🧠 A Fantasia como Ferramenta de Expressão e Identidade
Segundo a psicóloga Susan Harter (1999), a autoestima infantil é formada a partir da percepção que a criança desenvolve de si mesma em diversas áreas, como aparência, habilidades e aceitação social. Através da fantasia, a criança experimenta simbolicamente essas dimensões. Ao vestir-se como uma heroína, por exemplo, ela internaliza sensações de coragem, beleza ou força, o que contribui para uma autoimagem mais positiva.
Além disso, o uso da fantasia permite à criança testar diferentes papéis e possibilidades de ser, o que fortalece o senso de identidade e autonomia, fundamentais para a autoestima.
🎭 Brincar Simbólico e Regulação Emocional
O brincar simbólico — no qual a criança representa papéis imaginários — é um dos modos mais eficazes de desenvolvimento emocional na infância. De acordo com Paley (1990), por meio da narrativa e do faz de conta, as crianças processam sentimentos, inseguranças e até conflitos do cotidiano, o que contribui para maior equilíbrio emocional.
Essas brincadeiras funcionam como um "ensaio emocional", permitindo que as crianças explorem diferentes situações sociais em um ambiente seguro, fortalecendo sua autoconfiança e capacidade de lidar com emoções.
👑 Representatividade e Validação
A escolha da fantasia também reforça a importância da representatividade e da validação emocional. Quando a criança percebe que seus gostos são respeitados e incentivados — seja ela vestida de dragão, fada ou astronauta — isso reforça o sentimento de valor pessoal. A teoria da autodeterminação de Deci e Ryan (2000) afirma que a autoestima saudável está ligada ao sentimento de competência, autonomia e pertencimento, elementos que podem ser vivenciados durante o uso de fantasias.
❤️ Conexão e Reconhecimento Social
Outro fator importante é o contexto social das fantasias. Participar de festas, apresentações escolares ou brincadeiras com amigos enquanto fantasiada proporciona reconhecimento por parte de adultos e colegas. Esse reforço positivo (“como você está linda!”, “que fantasia legal!”) tem papel fundamental na formação da autoestima da criança, pois transmite aceitação e admiração.
Conclusão
Fantasiar-se é um poderoso instrumento de crescimento emocional. Ao incentivar o uso de fantasias na infância, não estamos apenas promovendo diversão, mas também contribuindo para o desenvolvimento da autoestima, da criatividade e do equilíbrio emocional. Investir nesse tipo de experiência é investir em uma infância mais segura, confiante e feliz.
Referências (APA)
Deci, E. L., & Ryan, R. M. (2000). The “what” and “why” of goal pursuits: Human needs and the self-determination of behavior. Psychological Inquiry, 11(4), 227–268. https://doi.org/10.1207/S15327965PLI1104_01
Harter, S. (1999). The development of self-representations during childhood and adolescence. In W. Damon (Ed.), Handbook of child psychology: Social, emotional, and personality development (Vol. 3, pp. 553–617). New York, NY: Wiley.
Paley, V. G. (1990). The boy who would be a helicopter: The uses of storytelling in the classroom. Cambridge, MA: Harvard University Press.